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C Law Experience 2025: principais insights do maior fórum jurídico do Brasil

Como dois dias de debates revelaram as transformações que vão redefinir a advocacia e departamentos jurídicos

Nos dias 09 e 10 de junho de 2025, o mercado jurídico brasileiro elencou as tendências que irão moldar seu futuro. O maior encontro do setor apresentou seis trilhas temáticas simultâneas, e destacou mudanças essenciais que já estão redefinindo a prática jurídica no país.

Contencioso estratégico: inovação e eficiência operacional

Daniela Madeira, do CNJ, destacou as Recomendações CNJ 127 e 159 como essenciais no combate às práticas predatórias. Essas normativas estabelecem protocolos claros para identificar, classificar e punir condutas abusivas no Judiciário.

Luiz Fernando Bandeira de Mello revelou estratégias específicas para atuação em Tribunais Superiores e Agências Reguladoras. O “jeito brasiliense” exige abordagens personalizadas para reduzir riscos e otimizar resultados na capital federal.

Marco Aurélio Moreira e André Felix apresentaram técnicas avançadas de investigação patrimonial, destacando sua importância na eficácia da cobrança e recuperação de créditos.

Thyago Borges e Fábio Carneiro Cunha apresentaram o conceito de Ativo Tributário Oculto (ATO). Por meio de analytics tributários e big data, é possível identificar créditos antes ignorados por empresas médias e grandes.

Contencioso de massa: tecnologia e escalabilidade

Amália Costa mostrou como vincular indicadores jurídicos aos objetivos corporativos. O foco deve estar na redução de passivos, otimização das provisões e na experiência do cliente em operações de alto volume.

Rodrigo Bobrow, Fernando Ferreira Parro e Dalvelyn Kalachi apresentaram soluções robustas com inteligência artificial que automatiza a etapa do cadastro inicial até a validação de cobranças, transformando o contencioso massificado em diferencial competitivo.

Corporações demonstraram casos concretos de aplicação da IA para jurimetria e análise preditiva de decisões judiciais. Entre as estratégias principais, destacam-se:

  • Prevenção sistêmica através de IA
  • Integração entre departamentos
  • Gestão automatizada de centenas de milhares de processos
  • Monitoramento integral das carteiras jurídicas

Ivan Marcondes, Bruno Ferla e Taísa Maciel discutiram como transformar o departamento jurídico de um centro de custo em um parceiro estratégico de negócios, promovendo integração e sinergia com outras áreas da empresa.

Os painéis destacaram tendências relevantes:

Secondment: profissionais atuando temporariamente em outras empresas para transferência de expertise.

Legal Operations: modelo proativo em gestão jurídica.

Contract Lifecycle Management (CLM): gestão contratual eficiente em todo ciclo dos contratos.

Liderança jurídica para o futuro: as discussões enfatizaram o desenvolvimento das competências necessárias para que líderes jurídicos possam ocupar posições executivas e influenciar decisões estratégicas.

Bernard Appy, Secretário da Reforma Tributária, apresentou o roadmap oficial com marcos de implementação e transição para o novo sistema tributário.

Split Payment: mudanças estruturais no fluxo financeiro das empresas.

Não cumulatividade: novas regras para aproveitamento de créditos.

IBS/CBS: maior abrangência tributária e questões interpretativas sobre operações sem lucro.

Serviços: aumento da carga tributária com maior aproveitamento de créditos.

Indústria: fim da guerra fiscal entre estados e otimização significativa do fluxo de créditos.

Simples Nacional: adaptação às novas limitações de creditamento.

A “acomodação política” do IVA-Dual criará cenários específicos no contencioso tributário. Ações declaratórias que transitarem em julgado após extinção dos tributos atuais podem configurar oportunidades estratégicas e riscos de incremento litigioso.

Walter Neto, Dante Araujo e Ricardo Mota questionaram: a IA vai democratizar o mercado jurídico ou intensificar a competição? A tecnologia já está reconfigurando padrões competitivos do setor.

Bruno Maia, Paulo Henrique Fernandes e Patrícia Bezerra discutiram a evolução profissional na era dos “articuladores de prompts”. O desenvolvimento de pensamento múltiplo e capacidades interdisciplinares é essencial para maximizar o potencial tecnológico.

Demonstrações mostraram IA aplicada no ciclo completo de contratos: elaboração, negociação e gestão pós-assinatura. Cases corporativos evidenciaram aplicações concretas para:

  • Otimização de processos
  • Análise automatizada de documentos
  • Geração de insights para tomada de decisão

Leonardo Sicca e Alexandre Zavaglia abordaram como o Poder Judiciário está desenvolvendo normativas para IA no setor jurídico.

Painéis exploraram como sócios devem influenciar a reputação institucional e construir relacionamentos para desenvolver novos negócios. Isso inclui estratégias de sucessão para gestores comerciais.

Luciana Horta apresentou estratégias diferenciadas, explorando sinergias entre marketing jurídico e Business Development, além de planejamento customizado por setor.

Patrick Francisco (CEO da Driva) e Damiana Alves (CEO do Mendes e Mendes) mostraram como aplicar Growth Hacking no mercado jurídico. O painel explorou identificação de oportunidades em mercados não tradicionais e como alavancar negócios através de metodologias inovadoras.

  • Desenvolvimento de marca pessoal de sócios como ativo institucional.
  • Customer success jurídico com segmentação de clientes.
  • Assessoria de imprensa para construir autoridade setorial.
  • Processos comerciais otimizados da prospecção ao fechamento.

A inteligência artificial deixou de ser novidade para se tornar necessidade. IA, automação e analytics são agora imperativos para manter relevância e competitividade no mercado.

A mudança definitiva de centro de custos para parceiro de negócios. A integração entre jurídico e outras áreas corporativas deve gerar valor mensurável para a organização.

O mercado recompensa dois perfis: super-especialistas em nichos específicos e inovadores metodológicos. Generalistas tradicionais enfrentam pressão crescente por diferenciação.

Chance singular para reorganização completa de processos empresariais e jurídicos. Demanda preparação imediata e visão de longo prazo.